O vintage nunca sai de moda. Por isso, rolando o feed do Instagram, por exemplo, ou até visualizando os stories dos amigos, você se depara com fotos com aspecto mais antigo, detalhes embaçados e já bate aquele ar nostálgico. Trata-se da fotografia analógica.
Ainda que hoje ela seja uma tendência, usada para destacar ou realçar, há poucas décadas ela era a única maneira de registrar bons momentos. Para captar esse tipo de imagem (sem uso dos filtros de redes sociais), é preciso usar máquinas específicas a fim de manter a qualidade.
Vamos entender melhor sobre esse universo?
O que é fotografia analógica?
Também chamada de fotografia de filme ou fotografia química, as fotos analógicas são as registradas em uma câmera que têm um suporte sensibilizado por materiais químicos. Também são usados químicos nos processos de revelação da imagem latente e ampliação da imagem negativa. Surgiu no século XIX, mas nunca se aposentou de fato, nem mesmo com a chegada da versão digital, na década de 1990.
Qual é a diferença da câmera analógica para a digital?
Em termos técnicos, o modelo moderno usa um sensor fotossensível na captura da imagem, e seu armazenamento é digital em um cartão de memória. Dependendo da capacidade, isso permite salvar dezenas de milhares de fotos. Sem dúvida, a máquina digital se destaca pela sua velocidade e praticidade, além de ser mais democrática.
Com a câmera digital na mão, qualquer pessoa consegue fazer uma boa imagem, ainda que não seja de modo profissional, como um fotógrafo faria. No entanto, é capaz de registrar uma que deixe você satisfeito e reconhecer o resultado instantaneamente.
Já a fotografia analógica tem como principal suporte à imagem o negativo fotográfico, que pode ser colorido ou preto e branco. Cada bobina de negativo vem com metragem para produzir até 36 poses de 35 mm de comprimento cada. O que limita bastante a operação fotográfica. Afinal, cada negativo tem uma sensibilidade única ao longo do comprimento da tira do negativo.
Portanto, caso precise trocar a ASA (como é chamado o ISO da analógica) para mudar a sensibilidade, é necessário retirar o filme, mesmo que ainda tenham sobrado poses. Para retomar o mesmo negativo, assim que retirado e rebobinado, o ideal é que seja anotada em qual pose parou, para poder voltar a expor o negativo a partir da foto seguinte.
Para fotografar com a analógica, é preciso um controle muito maior de processos manuais. Além disso, confiar na técnica e pensar antes do clique é extremamente importante. Isso porque só depois de banhos químicos é que se pode ver as imagens produzidas.
Quais são as particularidades da fotografia analógica?
Um dos grandes diferenciais do uso da câmera analógica é o método de revelação das fotos. Para a imagem latente no negativo ser revelada, é preciso realizar banhos químicos que eliminem parte dos componentes sensíveis que não foram sensibilizados pela luz e não formaram imagem. Ou seja, após a revelação completa resta somente a imagem.
Já viu um pedaço de madeira que pelas mãos de um carpinteiro é entalhado e forma uma imagem ou desenho? A fotografia analógica é semelhante. Antes de fotografar existe uma superfície uniforme, que ao receber a luz reage parcialmente (queima). Se queimar completamente, você já sabe: queimou o filme! O trabalho do laboratorista é o do carpinteiro que tira camadas até que a imagem apareça.
Como é revelado o negativo analógico
São quatro as etapas principais, tendo como referência a fotografia em preto e branco.
1 – Revelação
A revelação é um banho químico com uma solução a base de Metol, que é o componente principal nos reveladores. O tempo de banho depende do tipo de revelador e da ASA do filme. Quanto maior a ASA, mais espessa é a camada do negativo, o que demanda maior tempo de banho no revelador.
Esse químico é colocado dentro de um tanque próprio, no qual o negativo foi inserido durante escuro total (para não queimar o filme). É a parte mais desafiante de todo o processo, porque exige que o negativo seja enrolado em uma espiral.
2 – Interrupção
A interrupção é feita com o banho químico ácido, com diluição de ácido acético diluído em água. Ele neutraliza o efeito básico do revelador. Esse ácido é encontrado, por exemplo, no vinagre de álcool que algumas pessoas usam para temperar a salada e para limpeza doméstica.
3 – Fixação
A fixação é necessária para que o filme pare de queimar quando voltar a ser exposto à luz. Nesse processo o químico principal é feito a base de sódio (Hidrossulfeto de Sódio). Para você ter uma ideia, o sal de cozinha contém sódio, mas não é o indicado para estabilizar o processo de queima do negativo.
4 – Lavagem
A lavagem que exigia horas de exposição do filme à água corrente, ganhou novos métodos. Como o de lavagem Ilford que consiste colocar água pura no tanque de revelação, agitando e descartando a água. Na primeira lavagem você deve agitar 5 vezes. Na segunda, agite 10 vezes. E na última, 20 vezes. Sempre deve trocar a água e descartar após agitar.
A lavagem final do negativo é feita com um produto específico, idealmente, o Photo-Flo. Como ele é mais difícil de encontrar, muitos amantes da fotografia analógica usam detergente neutro na lavagem final.
Ampliação fotográfica
Depois de revelado o negativo, é preciso positivá-lo para podemos enxergar a imagem como nossos olhos veriam. Afinal, o negativo mostra o que escuro como sendo claro e o que é claro como escuro. Esse processo é conhecido como ampliação, embora muitas pessoas chamem de revelação. Afinal, é o momento em que finalmente pegamos as fotos em tamanho maior e com as tonalidades positivas.
Para ampliar, o laboratorista ou o próprio fotógrafo analógico usa um ampliador, que é como um projetor. Ele projeta a imagem negativa em um papel sensível. Antes de sensibilizado, o papel é branco. Depois de queimado no ampliador, ele continua branco.
Mas e a imagem?
Ela está latente no papel. E o papel, portanto, precisa ser revelado como o negativo: com um químico revelador, outro interruptor e um último fixação.
Essa é aquela cena da luz vermelha que vemos nos filmes!
Como começar a tirar fotos analógicas?
Para quem prefere os modelos antigos de câmera, é possível encontrá-los em grupos de amantes da fotografia analógica, no Ebay e no Mercado Livre. Por serem consideradas relíquias, naturalmente, têm um preço mais elevado, e os produtos que exigem para uso também.
Sua bateria, por outro lado, dura bem mais tempo, em comparação com a bateria de uma câmera digital. Agora, se o intuito é aliar modernidade e a possibilidade de criar suas próprias fotos analógicas, tem as câmeras instantâneas.
Com certeza, você já topou nelas por aí. São aquelas máquinas compactas (e lindas!) que imprimem a foto logo após registrá-la, como o modelo Instax Mini 40, um dos mais modernos da Fujifilm.
Uma das grandes vantagens desses modelos é que as imagens produzidas são ajustadas de acordo com o nível do ambiente. Esse, em específico, tem flash de alto desempenho, garantindo que a fotografia não saia escura. Vale destacar que, ao optar pelas versões analógicas, não dá para assegurar a mesma resolução.
Adquirir uma boa câmera é o primeiro passo para fazer bons registros. Ao comprar, é importante se informar sobre as necessidades do produto em relação ao filme, bateria etc. Inicialmente, como está aprendendo, invista em filmes mais simples. Conforme for pegando o jeito e entendendo o processo, adapte de acordo com a sua realidade.
Por fim, a ideia por trás da fotografia analógica é, de fato, parar o tempo, contemplar o que está vendo e, por fim, registrar. Por isso, ter menos filmes à disposição é até uma vantagem. Permite que o fotógrafo seja mais consciente e certeiro em seus cliques.
Que tal investir em um modelo ainda mais compacto? Conheça a nova câmera instantânea Instax Mini 12!