Em 1956, a Fujifilm desenvolveu o primeiro computador no Japão, que foi capaz de processar os cálculos em massa, necessários para a concepção das objetivas. Este desenvolvimento revolucionário ofereceu à Fujifilm a possibilidade de iniciar a produção da sua série mundialmente famosa de objetivas FUJINON de alta precisão e notável qualidade.
A concepção das objetivas é o resultado do cálculo numérico. Este é um fato inegável.
Calculamos os movimentos de cada raio de luz que passa através da superfície da lente. Uma maior precisão dos cálculos resulta num design mais preciso das lentes. A ideia principal é a de que a qualidade das lentes melhora com cálculos mais precisos.
É por isso que vemos a evolução da tecnologia informática subjacente aos avanços no design das lentes.
O motivo pelo qual a Fujifilm desenvolveu em 1956, no Japão, o FUJIC, o primeiro computador, foi o de processar uma enorme quantidade de cálculos necessária para o design de lentes. Na verdade, o FUJIC tinha uma capacidade de computação 1.000 vezes superior ao do processo de cálculo anterior; um grupo de pessoas executava manualmente os cálculos.
A capacidade de computação disponível hoje seria inimaginável 60 anos atrás. A Fujifilm desenvolveu o seu próprio software, que pode calcular não apenas os movimentos dos raios de luz, mas também processar várias simulações em alta velocidade. Podemos hoje prever coisas sem efetivamente construir uma lente e testá-la em campo.
Então, o trabalho ficou mais fácil para o designer de lentes? Já fizemos essa pergunta e a resposta foi um sonoro “Não!”. À medida que os computadores se foram tornando mais potentes, os cálculos tornaram-se mais precisos. Podemos executar hoje simulações que seriam impossíveis no passado. A procura de lentes de maior qualidade aumentou.
“O trabalho não ficou mais fácil” foi a primeira coisa que o designer afirmou. “No fim, tudo tem a ver com imaginação e bom senso e, assim, o nível de dificuldade do trabalho não altera”.
Os designers imaginam a visão que a lente cria com o valor numérico obtido através dos cálculos. Visualizam se a imagem adiciona profundidade, sem se tornar plana. Ao desenhar as suas lentes, imaginam também se a representação produzida pela lente traduz a necessidade dos utilizadores. Procuram também componentes para melhorias. Todos estes pontos são tomados em consideração ao desenhar uma lente e tomar uma decisão final.
O estudo das óticas é hoje uma área académica estabelecida, mas não existem universidades que ensinem engenharia ótica de lentes. Os designers de lentes aprendem a sua arte ao iniciar as suas carreiras num fabricante de lentes. Mesmo na Fujifilm, é necessário muito tempo até que se torne um designer de lentes completamente qualificado. Imaginação, bom senso e capacidade informática: este constituem os três elementos subjacentes a um design de lentes bem sucedido.