Neste meu primeiro post, eu vou cumprir uma promessa que fiz no Story do meu Instagram. Vou contar o porquê de ter migrado totalmente para os equipamentos Fujifilm.
Antes de dizer o porquê de ter migrado, eu preciso voltar uns anos atrás, mais exatamente em 2012, quando eu comecei a fotografar por obrigação e não por paixão.
No final de 2011, depois de mais de 20 anos trabalhando em agência de propaganda, eu comecei a produzir uma revista com mais dois amigos, Zeca Salgueiro e Eduardo Sena, a revista ESTILO TENIS. Uma revista que não falava sobre o jogo de tênis mas sobre o estilo de vida de quem usa tênis. Era uma revista de lifestyle.
Capa da revista ESTILO TENIS, produzida por Marcello Barbusci
Enquanto o Zeca e o Duds trabalhavam o conteúdo, eu era o responsável pelo projeto gráfico e toda diagramação da revista.
As fotos eram produzidas por fotógrafos parceiros em início de carreira que precisavam montar um portfólio e acabavam fazendo o trabalho em troca de créditos. Isso quando o próprio Duds não produzia as fotos, um cara que me ensinou muito dentro da fotografia.
Por conta desta questão de ficarmos na dependência de horários livres dos fotógrafos, muitas das nossas entrevistas acabavam não acontecendo. E olha que a gente, apesar de ser uma revista sem muita expressão, acabávamos conseguindo entrevistas de gente muito importante.
Como esse problema de perder entrevistas estava se tornando uma rotina, eu resolvi dar um basta. E apesar de não gostar nada de fotografia na época, eu comprei uma câmera DSLR usada de um amigo e fiz um curso com ele de exatamente 15 minutos onde ele me explicou o que era abertura, velocidade e ISO.
Mas a principal dica foi: “usa essa opção aqui no menu, o P de program e deixe a câmera pensar por você”.
Daquele dia em diante eu passei a fazer todas as fotos da revista, desde a capa até as matérias internas e a repulsa por fotografia começou a se tornar paixão.
Comecei a fotografar produtos para algumas marcas de tênis, fazer retratos corporativos e tudo mais que aparecesse dentro da fotografia.
Para resumir esse período, em 2013 eu recebi o convite para ser o fotógrafo oficial da família real holandesa no Brasil pela PP Agency, a agência oficial que tem o controle do acervo de fotos da família real holandesa ao redor do mundo.
Em 2014 fundei o projeto PhotoWalk, que alguns de vocês já devem conhecer, e viajei pelo mundo apresentando e executando o projeto que criava o link entre fotógrafos profissionais e fotógrafos amadores, para uma troca de experiências entre ambos.
Fico muito feliz em saber que o projeto PhotoWalk criou diversos outros projetos com propósitos semelhantes.
E foi com o projeto PhotoWalk que eu conheci a Fujifilm.
Comecei com uma Fujifilm X100, primeiro modelo, vinda diretamente do Japão. A câmera que um grande amigo, grande fotógrafo e professor da área, Luiz Soares, conseguiu fazer chegar aqui no Brasil.
Alguns meses depois eu já estava conversando com a Fujifilm Brasil e em todos os PhotoWalks eu levava várias câmeras e lentes da Fuji para que os parcipantes testassem os equipamentos.
Posso dizer que ajudei a colocar a marca Fujifilm nas mãos de muitos fotógrafos aqui no Brasil e no exterior.
Levei o projeto PhotoWalk para Florida, Nova York e em Roma, onde produzi um material para o lançamento de duas câmeras e duas lentes da Fuji. E olha que eu ainda não tinha o título de X Photographer, o título dos embaixadores mundiais Fujifilm.
Para mim, desde que eu passei a usar câmeras Fuji para fotografar, fui muito bem atendido com os resultados que ela me entregava mas eu estava começando a voltar os meus olhos para uma outra vertente dentro do mundo das imagens.
Eu comecei a olhar para o mundo do vídeo e neste mundo, em meados de 2016, nem se encaixava e nem se manifestava com interesse em entrar. E foi neste mesmo período que eu recebi o convite para fazer parte dos embaixadores mundias da Fujifilm.
Meu momento era outro, minha proposta de trabalho era outra e se eu aceitasse ser exclusivo Fujifilm, ficaria limitado apenas a fotografia. E com isso, a minha resposta ao convite foi NÃO.
Não foi fácil dar essa resposta mas eu precisava pensar no que eu queria para o meu futuro dentro da fotografia e do vídeo.
Passados alguns meses, o Head Quarter da Alemanha que era responsável pelas mais famosas câmeras de sensor micro quatro terços no mundo, me procurou dizendo que a marca estava pensando em retomar o mercado no Brasil com sua linha profissional.
Eles me enviaram uma câmera para testar e eu gostei bastante do resultado.
Algum tempo depois, eu comecei a representar a marca no Brasil mas demorou muito tempo para eles entenderem que o mercado do Brasil não se consegue entender… desistiram da ideia de voltar e encerraram a operação.
Foi neste momento que eu voltei a olhar para o mercado de DSLR, um mercado que se atualizava bastante com relação às câmeras híbridas, o mercado de câmeras que fotografam e filmam com a mesma qualidade.
Voltei a usar câmeras DSLR para vídeo apesar de manter minha câmera Fujifilm para fotografar, na época uma X-E2.
Comecei a experimentar o vídeo e a conhecer a pós produção para poder startar o meu canal no Youtube.
Tudo foi uma novidade para mim mas a cada dia que passava, eu me apaixonava mais por essa descoberta.
Da mesma forma que a fotografia, filmar é um aprendizado eterno.
Aí chega 2018, lanço o meu canal no Youtube, falando sobre equipamentos, dicas de fotografia, dicas de edição de foto e dicas de edição e produção de vídeo.
Falei bastante sobre câmeras e lentes fotográficas e por conta do meu estilo de produção, comecei a ser procurado pelo mercado de cinema. Foi quando eu recebi uma câmera de cinema para testar.
E apesar do meu olhar se voltar para o mercado de vídeo, o meu coração ainda se mantinha e se mantém na fotografia e nessas horas, a minha câmera Fujifilm entrava em ação, agora, já com a X-T1.
Foto por Marcello Barbusci
No segundo semestre de 2019, eu fui procurado pela Fujifilm para testar uma X-T3, uma câmera que estava me chamando atenção por conta de alguns vídeos que eu vinha acompanhando.
Quando eu abri a caixa, o meu primeiro pensamento foi: uma X-T1 mais evoluída.
Eu já sabia que ela estava com o novo sensor e processador e que esses deram uma nova vida para o auto-foco. Mas e no vídeo, como isso estava respondendo?
Eu testei ela por uma hora. Nos primeiros 10 minutos eu vi do que ela era capaz de fazer como câmera de vídeo e nos outros 50 minutos eu fiquei repetindo o mesmo teste para eu ter certeza de que não estava enganado sobre o potencial desta câmera para vídeo.
Depois de uma hora testando e repetindo os testes, eu pude afirmar: a Fujifilm agora é uma das melhores câmeras híbridas do mercado de foto e vídeo.
E foi depois deste teste que eu decidi ter apenas uma única marca para produzir fotos e vídeos.
Eu já admirava a Fujifilm por conta dos resultados fotográficos e passei a admirar por conta do vídeo.
Agora, apesar de ser X Photographer, um embaixador mundial da marca, e trabalhar apenas com equipamentos Fujifilm, eu vou falar como Marcello Barbusci, um profisisonal que já testou algumas marcas e tabalhou em projetos coletivos onde vi diferentes equipamentos em ação.
As câmeras híbridas DSLR, tem um excelente resultado no vídeo com seu sistema dual pixel, um auto-foco realmente fantástico mas nas suas cores, tanto no vídeo como na fotografia, a saturação não me agrada muito. Tanto que, quando eu usava DSLR, eu usava um LOG para vídeo que me dava autonomia de editar como se fosse o RAW da fotografia.
Já nas câmeras híbridas mirrorless Full Frame, a suavidade das cenas nas gravações de vídeo trazem um resultado muito bom porém essa mesma suavidade aplicada nas fotos tiram aquele resultado do contraste com ênfase nos detalhes, algo que muitas vezes você precisa para realçar e criar uma história mais dramática.
Já a Fujifilm, ela, a partir da X-T3, conseguiu unir as cores e a precisão da fotografia ao novo sistema de vídeo, que trouxe um excelente auto-foco com um rastreamento do rosto fantástico.
Mas uma coisa que eu sempre digo quando me perguntam sobre qual é a melhor camera, tenho como resposta o seguinte: é que só você pode dizer qual é a melhor câmera.
Atualmente todas as marcas são muito parecidas na qualidade de entrega. Nem sempre o que é algo fantástico para mim vai ser algo fantástico para você e da mesma forma, o que não me agrada, também não necessariamente não vai te agradar.
Temos gostos diferentes e percepções diferentes.
Você precisa sentir a câmera nas suas mãos e ver o resultado que ela te entrega através do seu coração.
Esse sentimento é que vai fazer você descobrir qual é a melhor câmera para você.
Eu escolhi a Fujifilm.