Ao pensar em toda a minha trajetória até aqui, deparei-me com uma transformação inevitável em mim, no meu olhar e na minha característica profissional. Ela veio, é inegável, mas talvez eu nem tenha percebido isso mudar.
Foto do projeto Little Dreams, de Cris Dal Cero
Há tanto tempo trabalhando com crianças que parei para pensar em como elas envolvem e transformam minha maneira de ser.
Primeiramente, nada melhor do que entender quem você está dirigindo para construir um bom relacionamento, é o que irá garantir durante o ensaio aquela troca que sabemos ser essencial para bons resultados.
Então, isso faz com que eu queira viver no mundo deles, entender como pensam, o que faz sentido ou o que encanta. E isso não é nada simples: vai desde assistir desenhos para todas as idades até decorar os hits baby do momento! (rs).
Isso toma tempo e transforma seu mundo e sua bagagem visual em cores e formas totalmente aleatórias.
Mas também traz um jeito simples de encarar as coisas, como se você fosse novamente educado a entender que tudo é mais fácil do que um adulto “normal” julga!
As lições vão de: “Dividir com o coleguinha é uma atitude legal.” “Cuide bem do seu bichinho.” “O mundo é cheio de aventuras, para passar para a próxima fase precisa resolver a primeira.” “Não há limites para o que você acredita, você pode, e deve sonhar” a até: “Cuidado! O lobo pode estar no caminho que a mamãe não autorizou!”
E a mim esses novos aprendizados convidam a ver o mundo sem o julgamento total da maturidade.
Quero dizer, independente dos meus medos e inseguranças, o mundo vai continuar lá fora.
Independentemente que eu seja leve ou rígida, o mundo vai continuar com a sua maioria de adultos problemáticos e gananciosos governando…
Trabalhar com crianças, faz com que eu veja a curiosidade e a esperança todos os dias prevalecendo.
É mais doce. E eu prefiro assim.